Notas
Por que pintar ao ar livre?
As pessoas sempre me
perguntam por que eu gosto tanto de pintar ao ar livre se no ateliê é
muito mais confortável. Bem, há muitas respostas para esta pergunta,
respostas longas e curtas.
Uma das razões pode ser meu gosto de
lidar com o imprevisível, pintando ao ar livre somos desafiados pelo
tempo que passa, pelas condições meteorológicas e a falta de estrutura
... Há vários exemplos de situações como esta no meu blog.
Bem,
além do fato de adorar estar em ambiente externo, aprendi que as cores e
valores são melhor percebidos quando observamos o tema do natural, nada
substitui a experiência sensorial, ouvir os sons, sentir a brisa leve
tocando seu rosto, a umidade do ar, os cheiros e mesmo as interrupções
dos transeuntes; tudo isto se agrega e dá legitimidade ao trabalho.
Cada pintura é uma experiência diferente, ao olhar uma pintura feita ao
ar livre eu posso lembrar perfeitamente em que circunstâncias ela foi
executada.
O trabalho ao ar livre tem um frescor e imediatismo
conseguidos devido ao tempo restrito ditado pela mudança da luz, as
emoções provenientes destes fatos não são facilmente reproduzidas no
ateliê. Obviamente não defendo aqui a superioridade da pintura ao ar
livre sobre a pintura de ateliê, elas são simplesmente diferentes.
Há
trabalhos maiores que só podem ser feitos no ateliê, neste caso a
experiência adquirida quando se pinta do natural é traduzida em escala
maior. Fazer pequenos sketches ao ar livre é uma excelente prática e
além de serem muito prazerosos , muitas vezes resultam tão bons
quanto trabalhos acabados servindo ainda como um excelente exercício de
simplificação.
Eu nunca esquecerei a emoção que eu senti quando
vi pela primeira vez os murais de Sorolla na Hispanic Society em Nova
Iorque. Foi maravilhoso ver os estudos preparatórios que deram origem
àquelas telas monumentais! Apenas um olhar treinado ao ar livre (é claro
que neste caso, somado a um talento extraordinário) poderia ter
pintado aquela luz.
Algumas vezes termino no ateliê o trabalho
iniciado ao ar livre e quando isso acontece o desafio é manter a
simplicidade e espontaneidade conseguidas tentando me lembrar do que me
emocionou e o que me motivou a iniciá-lo.
Esta foi uma resposta
meio longa e eu poderia continuar aqui dando razões para o meu fascínio
pela pintura ao ar livre, mas termino agora dizendo que é realmente um
grande privilégio poder ter esta experiência!
Boa Pintura!
Em breve colocarei aqui uma nota sobre a logística da Pintura ao Ar livre, com um pouco de técnica e materiais
Escrevi há algum tempo em meu website um artigo em duas partes sobre a pintura ao ar livre no Brasil
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